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Júlia era uma andorinha que adorava voar por aí, pular de galho em
galho e cantar cedinho ao raiar do dia. Estava sempre feliz em acordar
cedinho e ver papai e mamãe andorinha preparados para mais um dia de
cantoria. Mas não era só eles que ela gostava de ver, Júlia era uma
exploradora e assim ia visitar os pássaros da vizinhança! “Bom dia Seu
Pintassilgo! Como vai o senhor?” Dizia Júlia sorridente. “Olá Rouxinol!
Que lindo seu canto, Bem-te-vi!” E assim passava o dia a conversar e
cantarolar com os outros pássaros. “Júlia, a andorinha aventureira” era o
que se ouvia os pássaros comentarem entre galhos e ramos. Entre um
piu-piu e outro Júlia acabou por conquistar toda a vizinhança, todos
gostavam dela e sempre faziam festa quando a viam. Assim passou-se a
primavera, a brincar a a pular, o verão não foi muito diferente, Júlia
batia as asas de um lado pro outro, quando o outono chegou Mamãe
anunciou: “Júlia minha filha, quando o frio estiver para chegar vamos
migrar. Nós e todas as andorinhas vamos voar juntas, por muito tempo e
vamos morar em um ninho novo em um lugar mais quente. Vai ser a sua
primeira migração, você está feliz?” Mas Júlia não estava feliz, muito
pelo contrário! Estava assustada e angustiada. Ela iria deixar seu
ninho, suas árvores, e o pior, toda a passarada da vizinhança! E agora? O
que ela iria fazer? Ela sentia muito medo e sabia que não queria
migrar. Mas por mais que tentasse Júlia não conseguia convencer sua
mamãe de que eles deveriam ficar. “Júlia a andorinha aventureira está
com medo?” Dizia sua mamãe “Ora, não tem porque não querer migrar, nós
vamos todos juntos para um ninho novo, em um lugar melhor, longe do
frio, e você vai fazer muitos amigos!” Júlia se despediu de todos os
pássaros, dizendo que tinha que migrar com sua família, mas que ia
sentir muitas saudades deles. O sábio Rouxinol disse à Júlia “Não
precisa ficar triste, nossa querida andorinha! O inverno passa rápido, e
antes do próximo verão você estará de volta!” Júlia ficou de bico
calado, pensando se o sábio Rouxinol estaria mesmo certo. E antes do
primeiro vento-sul atingir o arvoredo, a comitiva de andorinhas bateu
asas rumo ao norte, e com eles a pequena Júlia, esforçando-se para
mostrar às outras andorinhas como ela conseguia voar bem e por tanto
tempo. Quando o grupo decidiu pousar, Júlia ficou acanhada, tentando se
familiarizar com a nova árvore onde viveriam. Aos poucos ela decidiu
explorar o galho, logo ela já queria explorar mais um galho, passeava
observando tudo calada, quando de trás de uma folhagem surgiu um
Uirapuru que cantou lindamente para ela e disse: “Olá, olá! Que beleza
receber as andorinhas de volta! Seja bem vinda, eu sou o Chico, e você?”
“Júlia. Você conhece as andorinhas?” “Ah, sim. Elas vem pra cá todo
ano.” De repente eles foram interrompidos por um Tuim que fugia de uma
Patativa. “Olá!” Disse o Tuim “Vocês querem brincar? Nós estamos
brincando de voa-esconde.” E assim Júlia voltou a ser a andorinha
aventureira que sempre foi, brincando com as outras aves da floresta,
ela fez amigos para toda a vida. E sempre que migrava para o sul para
passar o verão, Júlia reencontrava seus antigos vizinhos e assim matava a
saudade!”.
Quem escreveu essa história?
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