Sapo Apaixonado
O Sapo Apaixonado
Era uma vez um sapo que estava sentado à beira do rio. Sentia-se esquisito. Não sabia se estava contente ou se estava triste.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEga1flasjlQqMH258Wdecm9vUd72bdJMxaL7xiHV0kBDUwOybJkUgAmVoW7fK5aLjrR8TX3h-7zywcsQxpzTnJagtTM5fBMLS02q-Jsg6DyjnQD9Logi6nSqztYLxe_9OjCdfrgk2Pn6YZp/s1600/sapinho1.gif)
Foi então dar uma volta, a meio do seu caminho encontrou o Porquinho.
- Olá, Sapo – disse o Porquinho. – Estás bem? É que não estás com muito bom ar.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOLgjoYtkBmW6LJ1qVSu3ZHoRTHuE6Ubw6NsYONzJJf_kWrEyWSBbBDy7VTUX9x1-04ZQGA9021gF0DiSWGDNVePUlwaTBdu9Y3cWpTS5EWYNTxOzprboxxy46w9WmVZ2F9sCI12qVNZGL/s1600/porquinho10.gif)
- Não sei – disse o Sapo. – Tenho vontade de rir e de chorar ao mesmo tempo. E aqui dentro de mim tenho uma coisa que faz tum-tum.
- Talvez estejas constipado – disse o Porquinho. – Acho que devias de ir para casa.
Preocupado o Sapo continuou o seu caminho.
Depois passou por casa da Lebre e preocupado exclamou:
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikmqIwQ5Vt5Js3XmZzMs2tBbD0RzsjXdvPK4WDG6d47jW3qU4n5tYUebvZ0KuwvXnAKpcC7CMLJ_uWT60SMTcpOZD3Jm9TIND4hKRk6FXdPzpKeGYSKf3L9YBZAUlGSLVMSxCgYR1vmOxd/s1600/coelho4.gif)
- Entra e senta-te um bocadinho – respondeu ela muito simpática. – Ora então, que se passa?
- Umas vezes fico com calor e outras fico com frio. E aqui dentro de mim tenho uma coisa que faz tum-tum.
E meteu a mão da Lebre no peito, para esta sentir.
Preocupada com o que sentiu, a Lebre entrou em casa e foi direito à estante, dela tirou um enorme livro. Depois de virar algumas folhas pensou muito, como um verdadeiro médico e ao fim de um tempo disse:
- Já sei. É o teu coração. O meu também faz tum-tum.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8UctcYqj1dt68tI88wRRodAoBzGDL3qKDqXPY7PLQy-E89yveF3ZdGHlrJOmAOOd_6pDIHZGRk1KtuiHvZw6foaMxyyRc9xRiUGe8sDERt1cKZkXhT6rNNUZxetb16K5CfJwB8vJb4KAH/s1600/coracao10.gif)
- Mas o meu às vezes faz tum-tum mais depressa do que o costume.
Faz um-dois, um-dois, um-dois – disse o Sapo.
- Aha! – disse ela. – Coração a bater acelerado, ataques de calor e de frio…quer dizer que estás apaixonado!
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh14f8NEFYYdMpFjtUV4s8Ndba3J2xwnEJ-owkXPjD7FT08wdyATbs84QRB14xfwVPWTuA6H0hNq4mNKgZXXuUBF7BFt8XtW1PM_Ccz0Gobe5BSZD-N9wF11I5s-7VZ6An6JeJngFEhVfS8/s1600/sapo-coracao.gif)
Ficou tão contente que deu um salto enorme pela porta fora.
O Porquinho assustou-se muito quando o Sapo de repente lhe caiu do céu.
- Estás melhor? – perguntou o Porquinho.
- Se estou! Sinto-me ótimo – disse o Sapo. – Estou apaixonado!
- Bem, isso é uma boa notícia. Quem é a sortuda? – Perguntou o Porquinho.
O Sapo não tinha tido tempo para pensar nisso.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3o3uPBDDrPGk6LD4ih8aS2yKlTOGFRkj8pk1GaYTbGIyX13nvRCK-cKzvcBd84u2LBEI0zrcdu9PVMzRy_B6kTZMxp7ZjBWQnt4nkkEeCTnapFZ807BXdnFeAvKRO9Vk3Uzg2_tyFHepE/s1600/patinha1.gif)
- Já sei! Estou apaixonado pela linha e adorável patinha branca!
- Não pode ser – disse o Porquinho. – Um sapo não pode estar apaixonado por uma pata. Tu és verde e ela é branca.
Mas o Sapo não se importou com o que o Porquinho disse.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2DirUBOGBPHZ7Xcmfy-bwEZJ0roAzhX7-0jiSMHGmsxopJbW72M6JbwM5Fcmpa4FX1Bw9yVd7dfH5vTSP5iY_Qpk1cBW1ODXrHrv-5tOFOvUUfOCwxhqc3VfIXe99_9OPk5ACrsa9c13R/s1600/amor1.gif)
Quando caiu a noite, o Sapo saiu de casa com a pintura e enfiou-a por baixo da porta da Pata.
Devido à emoção, tinha o coração a bater com toda a força.
A pata ficou muito admirada quando encontrou a pintura.
- Quem terá colocado esta pintura debaixo da porta? É tão linda, vou pendurá-la na parede.
No dia seguinte o Sapo colheu um belo ramo de flores. Ia oferecê-las à Pata.
Mas quando chegou à porta não teve coragem para a enfrentar. Pôs as flores ao pé da porta e fugiu o mais depressa possível.
E durante muito tempo as coisas continuaram assim.
A Pata adorava aqueles presentes. Mas quem é que os mandaria?
Pobre Sapo! Apesar de perder o apetite, à noite também não dormia. E assim, continuou durante semanas.
Como é que havia de mostrar à Pata que gostava dela?
- Tenho que fazer uma coisa que mais ninguém seja capaz – decidiu ele. – Tenho de bater o recorde do mundo de salto em altura! A Patinha vai ficar muito surpreendida, e depois ela também vai gostar de mim.
O Sapo começou logo a treinar. Praticou salto em altura dias a fio.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoPXjb3RweyPwePGyAIXAO-n3Wilyc8H_aJl9QZLF7SLo7dpSvUrxao4x6bTr-fIgmO88UUrBmPrY0oGBineroWg_SoTxkI3jBmBN7s0lr4KJQ4fp8Zm5uplxMArfnk4A9Dv1nSUaNqp8g/s1600/sapinho20.gif)
- O que terá o Sapo? – perguntava a Pata, preocupada. – Saltar assim é perigoso. Ainda acaba por se magoar. E tinha razão.
Às duas horas e treze minutos da tarde de sexta-feira, as coisas correram mal. O Sapo estava a dar o salto mais alto da história quando perdeu o equilíbrio e caiu ao chão.
A Pata, que ia a passar nessa altura, veio a correr ajudá-lo.
O Sapo mal conseguia andar. A Pata levou-o para casa e tratou dele com muito carinho.
- Ó Sapo, podias ter-te matado! – disse ela. – Olha que tens que ter cuidado. Gosto tanto de ti!
Então, finalmente o Sapo lá conseguiu arranjar coragem:
- Eu também gosto muito de ti, querida Pata – balbuciou ele
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9f3-H8aoAQKsCpkKx14ItWYEf3cctn6GlBnyfAG-wONmTQKVCtWqiNoErNfAT9F7k8e7Dpc4u9SOwFOdn-qfKWK8Gn6isq0skq73wmmXdNL6efrJ3iOU2Yr9HKn9IzllP6x1cNDdxNyKQ/s1600/patinha+e+sapo.gif)
Tinha o coração a fazer tum-tum mais depressa do que nunca, e ficou com a cara muito verde.
Desde então, amam-se perdidamente.
Um sapo e uma pata….
O amor não conhece barreiras.
Autoria: Max velthuijs
Sem comentários:
Enviar um comentário