A mãe sempre avisava:
- Patrícia: não vá muito longe.
Mas não adiantava. Patrícia não obedecia.
Começou brincando perto de casa, com os vizinhos de perto. Logo
estava brincando no fim da rua. Depois no outro quarteirão. E no outro.
A mãe saía atrás da Patrícia:
- Patrícia! Hora de fazer tarefa!
E às vezes sabe o que a menina fazia? Se escondia atrás de uma árvore
ou de um muro para a mãe não vê-la e ela não ter que fazer tarefa.
Um dia Patrícia saiu de casa depois do almoço. Foi brincando e
brincando cada vez mais longe. E quando deu por si estava em outro
bairro, sozinha, longe de tudo que ela conhecia.
Para piorar estava anoitecendo e a Patrícia longe de casa. Era a primeira vez que ela ia tão longe.
- Deixe-me ver: se eu for reto aqui saio na rua do meu bairro.
E como tinha descoberto o caminho de casa começou a andar lentamente de volta, brincando pelo caminho.
A noite caiu e Patrícia continuava a andar de volta. Passou por um
beco escuro e nem percebeu que dois olhos brilhantes a observavam.
A menina ia calmamente pela rua. E do beco escuro saiu um vulto que
ia atrás dela. A menina andava tranqüila. E o vulto a acompanhava de
perto.
De repente o vulto pisou no rabo de um gato, que gritou. Patrícia
olhou para trás e viu pelo rabo dos olhos o vulto se aproximar. E
começou a andar mais rápido.
O vulto também começou a andar mais rápido. Patrícia apertou o passo e
o vulto também. Patrícia olhou para trás e pode ver o brilho de dois
dentes caninos pontiagudos. Agora ela tinha certeza: era um vampiro que
estava atrás dela!
Patrícia começou a correr. E o vulto também corria. Só que como ele
era adulto corria mais que ela. E estava se aproximando rápido. Rápido.
Cada vez mais rápido.
Patrícia corria mas não conseguia fugir. O vampiro estava bem perto
dela agora. Patrícia estava quase ao alcance das mãos do vampiro. E
corria o mais que podia.
O vampiro até deu uma risada enquanto ia pra cima da menina. Por
sorte nessa hora o vampiro pisou numa casca de banana e caiu de cabeça
no chão. Ficou meio tonto e Patrícia conseguiu chegar na rua de sua
casa.
Entrou em casa como um foguete e fechou a porta atrás dela. Contou toda história para sua mãe e prometeu:
- De hoje em diante só brinco no portão de casa.
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