ERA
UMA VEZ uma lebre do bosque a quem chamavam de Rosita que era muito
vaidosa. De entre todos os animais do bosque, ela achava-se a mais
bonita, a mais esperta e a mais rápida. Além disso, ninguém tinha melhor
faro para achar comida do que ela! Numa palavra só, de todos os animais
daquele bosque, ninguém era melhor que ela!
No mesmo bosque
vivia uma tartaruga, chamada D. Lentidão, que todas as manhãs passeava
vagarosamente junto à margem do rio. Como a tartaruga, a lebre Rosita
também se dirigia todas as manhãs para o rio em busca do pequeno almoço,
encontrando pelo caminho a D. Lentidão. ![Tartaruga](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_ueXqgNrElgeUHLI77taooj--RdG9TPoxQ2s3uf6KO0c2IMZsoHzjOfsIjxsysvr9CCMvjUj1bTnjvFZs-PKmKm84aK7n8obA_AYHs=s0-d)
Além
de ser muito convencida, a lebre Rosita também gostava muito de zombar
dos outros, e assim que via a tartaruga, começava logo a rir-se dela,
chamando-lhe de velha, lenta e outros nomes muito piores!
Numa
tarde quente de verão em que os animais do bosque estavam todos reunidos
debaixo da sombra de uma grande árvore, a lebre resolveu zombar de D.
Lentidão mais uma vez e desafiou-a para uma corrida.
Os animais do
bosque ao ouvir semelhante coisa, começaram todos a rir. A raposa
Cecília, que muito gostava destas confusões, afirmou que a tartaruga até
poderia ganhar à lebre. Tudo dependia da vantagem que se desse à D.
Lentidão na corrida e, sendo assim, até apostaria nela.
Todos
os animais do bosque começaram a falar ao mesmo tempo sobre a corrida
e, discutiam calorosamente qual a possibilidade da tartaruga D. Lentidão
poder ganhar à lebre Rosita.
A lebre ao ouvir tais comentários,
começava a ficar aborrecida pois achava impossível alguém duvidar das
suas capacidades de corredora.
Já que a tartaruga aceitara o
desafio, decidiu-se então qual o melhor dia para a corrida e quais as
condições, ficando a raposa Cecília responsável por organizar tudo.
Ficou decidido que a meta seria junto ao rio, onde todos os animais
estariam à espera.
No dia e hora da corrida, já a lebre e a tartaruga
se encontravam nos seus lugares: A lebre Rosita muito alegre e
confiante da sua vitória e, a D. Lentidão com os seus olhos pequeninos e
tristes, parecendo mais pesada do que nunca.
Enquanto a lebre
começava a corrida na linha de partida, junto da árvore do melro
Fortunato, a tartaruga começava mais a frente, quase a meio do caminho,
em direção ao rio.
A raposa Cecília deu o sinal de partida e a
tartaruga, sem perder tempo começou logo a andar pela encosta
abaixo. Mas Rosita continuava parada, enquanto via D. Lentidão
vagarosamente percorrendo o caminho, e gritava: “Não corras tanto velha
tartaruga que ainda cais e te magoas!”.
A lebre decidiu então
fazer uma pequena sesta junto à árvore do melro Fortunato, pois a
tartaruga ia de tal maneira devagar que a lebre, em duas passadas, a
alcançaria rapidamente e conseguiria ganhar a corrida.
Pouco a
pouco, D. Lentidão lá ia fazendo o seu percurso em direção à meta, já
muito cansada mas sem desistir. Alguns animais da floresta acompanhavam a
tartaruga, animando-a com palavras de encorajamento.
Já estava a
D. Lentidão quase a chegar à meta quando a lebre Rosita acordou de um
salto só, viu a tartaruga lá longe e correu monte abaixo como louca. O
melro Fortunato só gritava: ”Cuidado Rosita, assim vais cair!”. Mas
Rosita não ouvia o melro e continuava em direção à meta convencida da
sua vitória.
Os animais do bosque estavam cada vez mais animados e
gritavam uns pela tartaruga, outros pela lebre, mas com a aproximação
rápida da lebre, já poucos duvidavam da sorte da tartaruga.
Foi então, muito perto do fim que a D. Lentidão tropeçou numa pedra, deu uma cambalhota e começou a rolar estrada abaixo!
Sem
se aperceberem bem do que tinha acontecido, os animais do bosque viram
D. Lentidão atravessar a linha da meta a rebolar! Era incrível… a
tartaruga tinha ganho a corrida perante o olhar espantado da lebre!
Todos
deram vivas à tartaruga, levando-a em ombros enquanto a convencida da
lebre Rosita fugia para a sua toca, de orelhas baixas e muito
envergonhada. |
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