Lá
muito para cima, perto do Pólo Norte, morava Ulisses, o urso polar. Não
havia muitos animais que morassem tão a norte, por isso Ulisses passava
a maior parte do tempo sozinho. Nos últimos tempos, aliás, tinha
recebido uma série de visitas interessantes. Primeiro, tinham chegado
num navio três pinguins e, mais tarde, outros dois. Vinham de longe, do
outro lado do mundo, mais precisamente do Pólo Sul, onde tudo também é
gelado, como no norte.
Nos
dias anteriores, Ulisses tinha andado a mostrar a sua terra aos
pinguins e todos tinham gostado muito. É certo que o urso polar não
podia mostrar-lhes muita coisa, porque muito não havia, mas os pinguins
sentiam-se bem, e isso era o mais importante.
Certa
noite, chegou um terceiro barco à pequena baía onde Ulisses tinha a sua
toca. Seriam mais pinguins? Ulisses e os cinco pinguins correram para a
praia e puxaram o barco para terra. Curiosamente, não estava ninguém na
coberta. O urso abriu a porta gelada do camarote. Lá dentro, enrolado
num cobertor fino, encontrou um porquinho. Vestia umas calças com
quadrados às cores e estava a dormir profundamente. Aquilo era muito
estranho. Como teria chegado até ali, tão só? Teria ele estado em perigo
de naufragar e sido arrastado para o Pólo Norte?
Ulisses
tomou o porquinho nos braços e levou-o depressa para a sua toca.
Deitou-o na sua própria cama e cobriu-o muito bem. Em seguida foi
fazer-lhe uma sopa de peixe, pois o porquinho de certeza que teria fome
quando acordasse.
Ulisses e os cinco pinguins já estavam curiosos por saber o que o visitante teria para lhes contar…
Erwin Moser
Mario der Bär
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